Normalmente, nas instalações residenciais, o abastecimento de energia
elétrica é feito com três fios, duas fases (vivos, energizados) e um neutro (sem
energia). Se a tomada for composta por duas fases, ela será de 220 V (bifásico), se
tiver uma fase e um neutro, ela será de 110 V (monofásico).
Existem locais onde o abastecimento é feito com apenas dois fios, se eles
forem duas fases, o abastecimento será em 220 V; se forem uma fase e um
neutro, o abastecimento será em 110 V.
Existem locais, também, onde cada fase é de 220 V e o abastecimento acaba sendo 220 V monofásico.
Há locais onde só existe abastecimento em 110 V e outros onde só existe abastecimento em 220 V.
Como podemos perceber, há variações na maneira em que a energia elétrica é fornecida, dependendo do local e da configuração dada aos transformadores de energia mas, em todas as instalações há uma grandeza em comum: a voltagem.
Certamente você já deve ter reparado que alguns aparelhos elétricos são 220 V, outros são 110 V e outros, ainda, possuem uma chave que nos permite mudá-los de 110 para 220 volts, ou provavelmente já viu em algum lugar, uma placa advertindo CUIDADO! PERIGO! ALTA VOLTAGEM.
Tudo isso está relacionado a uma grandeza física e elétrica chamada
Diferença de Potencial (d.d.p.), que costuma também ser
denominada Voltagem ou tensão elétrica.
VOLTAGEM – MOVIMENTANDO OS ELETRONS NO FIO
O volt, que está representado na etiqueta de nossos aparelhos por um V
maiúsculo, é a unidade dessa grandeza e juntamente com a corrente elétrica,
forma a base para o desenvolvimento dos demais conceitos e relações utilizados
nos circuitos elétricos.
Mas o que é essa tal de voltagem ou tensão? Para que ela
serve?
Vamos tentar explicar.
No artigo “Eletricidade. Entendendo o que é. ” tivemos
uma noção geral do que vem a ser a eletricidade a partir dos conceitos de matéria e átomo, bem como de suas cargas
positivas (prótons), negativas (elétrons) e neutras (nêutrons).
Vimos também que, corrente elétrica é o nome que se dá ao
movimento dos elétrons livres através dos corpos, ou seja, corrente elétrica é o
fluxo de elétrons em um meio condutor.
Entretanto, para que haja esse movimento de elétrons nos condutores e,
consequentemente, haja a corrente elétrica, é necessário que alguma coisa
aconteça.
É exatamente a diferença de potencial ou tensão elétrica ou
voltagem, que faz com que os elétrons se movimentem no condutor.
ANALOGIA COM A HIDRÁULICA – MOVIMENTO DA ÁGUA NO TUBO
Para entender o que acontece dentro do fio, vamos antes fazer uma analogia
com algo mais familiar e que conseguimos ver: o movimento da água dentro de uma
tubulação.
Se colocarmos lado a lado, dois recipientes com água até a metade,
interligados por uma mangueira, veremos que o nível da água dos dois recipientes
é o mesmo e que a água fica parada, sem se mexer.
Agora, se colocarmos um dos recipientes mais baixo do que o outro, veremos
que a água do que está mais acima caminhará pelo tubo e irá encher o que está
mais abaixo, até que os níveis da água dos dois recipientes se igualem
novamente.
Analisando o que foi descrito podemos concluir que: quando colocamos as duas
garrafas na mesma altura não há fluxo de água, mas quando colocamos uma garrafa
em desnível com a outra percebemos que há fluxo de água.
Isso acontece devido à diferença de pressão atmosférica entre as extremidades dos
dois recipientes. Se a pressão for diferente (níveis diferentes) a água se
movimenta, se a pressão for igual (níveis iguais) a água fica parada.
Voltando agora ao nosso movimento de elétrons, podemos dizer
que: do mesmo modo que a corrente de água no tubo é consequência de uma
diferença de pressão entre suas extremidades, a corrente
elétrica num condutor também dependerá da existência de uma
diferença elétrica entre seus terminais.
FORMAÇÃO DA TENSÃO ELÉTRICA
Mas como se forma a diferença de potencial?
Diante do que vimos nos artigos sobre eletricidade e sobre matéria, sabemos que alguns
átomos são capazes de ceder elétrons e outros são capazes de receber elétrons.
Quando isso ocorre, a distribuição neutra de cargas deixa de existir, pois um
corpo passa a ter excesso de elétrons e o outro falta de elétrons.
O corpo com excesso de elétrons passa a ter uma carga com polaridade
negativa, e o corpo com falta de elétrons passa a ter uma carga com polaridade
positiva.
Não podemos nos esquecer de que, as cargas elétricas com polaridades iguais
se repelem e as com polaridades diferentes se atraem.
Assim, toda carga elétrica tem capacidade de exercer força,
ao repelir ou atrair outra carga elétrica.
Essa capacidade é chamada de potencial. Cargas diferentes
produzem uma d.d.p. (diferença de potencial).
Consideremos, agora, um aparelho que mantenha uma falta de elétrons em uma de
suas extremidades e na outra um excesso.
Este aparelho é chamado gerador. (pode ser uma pilha comum
ou o rotor de uma usina hidroelétrica).
A falta de elétrons em um polo e o excesso em outro origina uma
diferença de potencial (d.d.p.).
A tensão elétrica é a diferença de potencial entre dois
pontos. A unidade da tensão elétrica, no SI (sistema internacional), é o volt
(V) em homenagem ao Físico Italiano Alessandro Volta.
Um aparelho elétrico só funciona quando se cria uma diferença de
potencial entre os pontos em que estiver ligado para que as cargas
possam se deslocar.
Ao conectar um circuito a estes tipos de geradores, a tensão produzida por
eles empurra uma quantidade de elétrons, que flui ordenadamente pelo fio
condutor, a partir do polo negativo para o polo positivo do gerador, passando
pelo aparelho ligado (sentido real da corrente elétrica).
Vale salientar, que o sentido convencional da corrente
elétrica é exatamente o contrário do movimento dos elétrons, ou seja,
vai do polo positivo ao negativo.
Quando falamos em tensão 110 V ou 220 V, temos que ter em mente que esses
valores são diferenças de potenciais entre os dois polos dos
geradores que nos fornecem a energia.
O 220 V “empurra” os elétrons com maior força do que o 110 V.
Na realidade, a tensão fornecida pela Usina Geradora, lá no
início da transmissão, é muito grande. É a chamada Alta Tensão ou Alta
Voltagem. Para chegar aos 110 V ou 220 V, existem no meio do caminho as
estações de transformação e os transformadores nos postes. Mas isto já é assunto
para outras postagens. Acompanhem.
Penso que se perde muito tempo em escolas sem aprender o que realmente interessa.Principalmente quando a mão-de-obra no Brasil deixa muito a desejar ou pessoas não deixam ninguém fazer nada pra mim?Até porque não se pode confiar em ninguém.Daí a necessidade de se aprender a fazer fazendo e poder assim supervisionar os serviços que nos dizem respeito Pedagoga Profª Graça Rocha email: r.gracerocha@gmail.com
ResponderExcluirExiste monofásico de 220V também.
ResponderExcluirNa cidade onde moro é 220V monofásico...
ExcluirEm Santa Catarina a tensão é 220 em cada fase.
ExcluirNo Paraná só tem fases 110 V mas, no Shoping Palladium, colocaram um transformador só para 220 V e não tem 110 V lá.
ExcluirDiferença de potencial é a diferença na quantidade de elétrons em cada pólo. No pólo positivo também existem elétrons diferentemente do que muitas pessoas pensam.
ResponderExcluirÉ isso aí Libório. Se você ler os artigos sobre eletricidade e matéria citados acima, entenderá direitinho o conceito de polaridade e o que eu quis dizer com excesso de elétrons e falta de elétrons.
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